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“O papel de uma loja física vai muito além da venda por metro quadrado. Varejo físico é o coração da conexão de marcas com pessoas”, Camila Salek, colunista da Harper’s Bazaar Brasil.

Com a reabertura dos espaços públicos e a volta da circulação de um maior número de pessoas, assistimos a uma busca pela reconexão, em que as experiências têm papel fundamental. O mercado de moda direciona então seus esforços para atrair os clientes novamente para seus espaços físicos e reaproximá-los das marcas.

O omnichannel veio para ficar, ou seja, o espaço digital que foi conquistado por muitas marcas durante a pandemia não será perdido, mas, ainda assim, as marcas devem, querem e precisam proporcionar momentos únicos aos consumidores, que estão em busca dessas experiências em suas lojas físicas.

Discussões sobre o futuro da loja física pós pandemia

O varejo tradicional determina o valor da sua loja pela quantidade de produtos vendidos – “vendas por metro quadrado”. E o novo varejo explora a potencialidade de oportunidades nos canais físico e digital integrados.

Alguns estudos de marcas que integraram seus canais apontam para o “Halo Effect”: aumento nas vendas online na mesma região da loja física, ou seja, o espaço físico não só como um palco e mídia para a marca, mas também influenciando na performance de vendas digitais pela geolocalização.  

“Você já parou para avaliar o resultado da sua loja como uma mídia? O futurista de varejo Doug Stephens em seu último livro ‘Resurrecting Retail: The Future of Business in a Post-Pandemic World’ fez uma provocação bem interessante ao citar que marcas pagam pelas impressões dos seus anúncios em canais digitais, mas não usam a mesma lógica para mensurar a impressão de uma campanha ou produto nas vitrines de suas lojas físicas”, Camila Salek.

Reimaginando lojas para o próximo normal do varejo: redefinir o papel da loja e renovar as operações para o futuro pós Covid-19.

A pandemia mudou o pensamento do consumidor e o mercado precisa entender os novos comportamentos de consumo.

Imperativos estratégicos para se preparar para o próximo normal

Para sobreviver e prosperar no mundo pós-coronavírus, as lojas devem mudar fundamentalmente a forma como operam em ambos os lados do P&L (profit and loss statement / demonstração de resultado).

Imperativos estratégicos:

1- Acelere radicalmente a integração omnichannel na marca: obter um entendimento profundo e atualizado das preferências do cliente; imaginar uma nova função para suas lojas.

A pandemia norteou novas iniciativas omnichannel para os grandes e pequenos varejistas. A integração omnichannel é a aposta para o próximo normal.

“Em nossa pesquisa com executivos de vestuário dos EUA, 76% disseram que planejam melhorar a integração omnichannel nas lojas”, McKinsey & Company.

Para iniciar essa integração, os varejistas podem considerar as seguintes ações:

– Redefina o papel da loja. Mais do que nunca, as lojas precisam proporcionar experiências ao cliente; procurando oferecer uma experiência de descoberta de produto superior e fornecer acesso a mercadorias exclusivas.

– Ofereça noções básicas de atendimento omnichannel.

– Construa uma equipe omnichannel.

– Habilite a personalização de pontos de contato na loja. “Se os funcionários da loja tiverem acesso aos dados do cliente gerados tanto offline quanto online (por exemplo, dados sobre lealdade e comportamento de compra em todos os canais), eles podem personalizar suas interações com o cliente.”

2- Reimagine as operações do ponto de venda para refletir a nova realidade: redefinir as estruturas de custo das lojas e preparar sua força de trabalho para o próximo normal.

Redefina a estrutura de custos da loja: simplificar as operações e reequilibrar a alocação dos custos para suportar o volume crescente de atividades omnichannel.

– Mude a complexidade. Os líderes de operações da loja devem colaborar com a função de merchandising para redefinir a frequência de reabastecimento e os níveis mínimos de estoque para refletir as vendas pós-crise e o tráfego.

– Digitalize e automatize rapidamente o trabalho sem valor agregado.

– Melhore os pontos de contato omnichannel.

– Introduzir recursos de autoatendimento sem contato para transações omnichannel. “Descobrimos, por exemplo, que 60 a 70 por cento do processo de devolução de um varejista típico pode ser digitalizado”, McKinsey & Company.

Prepare a força de trabalho para o próximo normal

Uma pesquisa da McKinsey & Company, com executivos de roupas e varejo especializado, indicou que 75% das empresas dispensaram ou demitiram funcionários de lojas desde o início da crise. Durante a recuperação, os varejistas devem moldar sua futura força de trabalho para dar suporte ao novo papel da loja e devem melhorar a flexibilidade de seus colaboradores, preparando-se para potenciais interrupções recorrentes relacionadas ao vírus.

– Retenha talentos pré Covid-19.

– Melhore o treinamento e a integração.

– Ao reconstruir as equipes da loja, repense a composição da força de trabalho.

– Melhore a flexibilidade dos colaboradores.

3- Otimize a rede de lojas pelo desempenho omnichannel

“Em nossa pesquisa, 53% dos entrevistados disseram que esperam fechar lojas de baixo desempenho após o Covid-19”, McKinsey & Company.

Os varejistas devem incorporar suas perspectivas(ou projeções) de futuro a seus planos de reabertura – tomar decisões pela perspectiva omnichannel do desempenho de longo prazo da loja; para entender melhor o verdadeiro valor econômico de um ponto de venda, um varejista deve modificar o P&L da loja para incluir seu braço de comércio eletrônico.

“Uma visão omnichannel com uma projeção de desempenho de cada loja deve incorporar as projeções de tráfego pós-crise e o papel idealizado pelo varejista para cada ponto de venda”, McKinsey & Company.

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“Depois de mais de um ano de pandemia e das experiências de compra em 2020, o consumidor está mais preparado e esperançoso para a Black Friday deste ano.”

A Black Friday, termo norte-americano para a data mais importante do varejo, é o principal evento de descontos do ano e uma oportunidade para as marcas criarem estratégias de queima de estoque e ainda gerar leads para impulsionar as vendas no Natal.

A Behup apresentou resultados de 2020 e previsão para 2021 na pesquisa “Retomada do Consumo 2021 para Inteligência de Mercado Globo”.

Em 2020, a Black Friday ocorreu na pandemia da Covid-19, e as restrições influenciaram o comportamento do consumidor na nova realidade do isolamento social.

“Novos tempos geram novas práticas e costumes, que impactam desde as atividades até os comportamentos de consumo dos brasileiros durante a pandemia.”

Behup – Pesquisa Retomada do Consumo 2021 para Inteligência de Mercado Globo – Amostra: 1.681 pessoas

No isolamento social, o e-commerce foi uma aposta para aproveitar as oportunidades do mercado. 30% afirmaram que na pandemia iniciaram ou aumentaram as compras de produtos online. E, desses, 24% pretendem manter esse comportamento.

Behup – Pesquisa Retomada do Consumo 2021 para Inteligência de Mercado Globo – Amostra: 1.681 pessoas

“80% realizou compras através de novos canais de venda, como whatsapp ou redes sociais de lojas. 25% das pessoas se planejam para comprar em datas promocionais como a Black Friday, por exemplo. 10% participou de live commerce, 53% dessas pessoas acabou comprando algum produto e 88% diz que pretende participar de lives no futuro.”

Categorias de destaque nas live commerces: 
●     Roupas e acessórios (71%);
●     Eletrônicos (69%).

Principais fatores na live commerce: 
●     Preço e condições de pagamento (70%); 
●     Conhecer novos produtos e serviços (68%); 
●     Entender mais sobre os produtos que não podem ser experimentados (58%); 
●     Entender o modo de uso de um produto ou APP (57%); 
●     Tirar dúvidas sobre o que pretende comprar (56%); 
●     Recomendação do apresentador da Live (44%).

Behup – Pesquisa Retomada do Consumo 2021 para Inteligência de Mercado Globo – Amostra: 1.681 pessoas

Depois das experiências de compra na pandemia, 47% dessas pessoas afirmam que pretendem aproveitar a Black Friday 2021, dia 26 de novembro.

“De acordo com o 2020 Retail Index da IBM, a pandemia acelerou a mudança do varejo físico para o e-commerce em até cinco anos. Com a pandemia prestes a continuar causando uma interrupção significativa no varejo físico ao longo de 2021, as marcas estão cada vez mais procurando criar buzz e entusiasmo em torno dos eventos e vendas de compras online. Grandes eventos como a Black Friday ainda vão acontecer, como em 2020, mas com uma presença física reduzida e um foco renovado na experiência omnichannel que leva em consideração as formas como os hábitos de compra mudaram no último ano”, WGSN.

Tendência Omnichannel e o novo comportamento de consumo

“A forma de comprar mudou. Cada vez mais fazemos buscas online antes de ir às lojas físicas. E a tendência omnichannel irá continuar, cada vez com mais destaque e protagonismo para transações no universo digital”, Think with Google.

Como navegar no contexto do novo comportamento de consumo?

A plataforma Think with Google promoveu um guia de commerce para marcas e varejistas com insights, dados e soluções para campanhas omnichannel mais otimizadas e relevantes:

1. Alcance seus clientes enquanto eles navegam

2. Engaje seus usuários enquanto eles fazem buscas

3. Converta pessoas que estão em busca de produtos

4. Se prepare para as compras de fim de ano

Green Friday, Consumo Consciente e Sustentabilidade

“A cadeia de valor da moda linear tradicional transita para um sistema circular”, Business of Fashion.

Green Friday é um movimento que coloca em discussão o consumo excessivo da Black Friday e incentiva o consumo consciente. A iniciativa impulsiona a economia circular e a sustentabilidade para o futuro da moda e a responsabilidade social do consumidor.

O consumo consciente cria uma percepção de que cada aquisição traz um impacto, positivo ou negativo, na economia, relações sociais e na natureza.

“Já consumimos durante todo o ano, mas durante a Black Friday, na última sexta-feira de novembro, começam oficialmente as compras de Natal e o consumismo aumenta ainda mais. Contando com várias promoções e diversos produtos com descontos, é fácil esquecer do consumo consciente e se deixar levar pelo impulso. As promoções da Black Friday incentivam o consumo excessivo, motivado apenas pelo sentimento de posse e não de bem-estar ou necessidade”, Beegreen.

“Um terço (36%) dos britânicos está comprando mais de empresas com fortes credenciais ambientais conforme as prioridades mudam durante a pandemia”, Internet Retailing.

O comprometimento do consumidor e a circularidade promovem a sustentabilidade no consumo e o impacto ambiental positivo. Ao mesmo tempo, o mercado ainda se utiliza de datas como a Black Friday para induzir o consumidor à comprar por impulso. É possível buscar o equilíbrio entre o mercado e o planeta se implementarmos a circularidade como um imperativo dentro das indústrias ao redor do mundo e desenharmos novas estratégias baseadas num pensamento regenerativo e menos consumista. O desafio está posto.

“Modelos de negócios circulares não serão opcionais”, McKinsey & Company

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