Arquivo para Tag: Economia Circular

“Um pacto da conscientização sobre pautas sociais, ambientais e econômicas presentes, não apenas na moda, mas no planeta.”

O Coletivx promove a filosofia da conscientização e responsabilidade social, ambiental e econômica na curadoria das marcas, pelo estudo das 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e o framework de produção e consumo conscientes.

O “ECO = MMERCE” representa um catalisador de mudanças pela difusão do conhecimento e educação das questões macro e na curadoria de marcas e parceiros.

Coletivx é mais do que um e-commerce, é um coletivo e uma comunidade consciente em busca de um futuro (e presente) melhor.”

Filosofias Coletivx

“No Coletivx acreditamos que é possível produzir e consumir de forma mais consciente. Trabalhamos com uma seleção de marcas que tenham em comum o desejo de diminuir o seu impacto e evoluir cada vez mais rumo a uma moda com mais responsabilidade social e ambiental.”

Moda Circular: utilização dos recursos finitos do planeta de uma forma mais sustentável e responsável. A circularidade propõe a reutilização de materiais para aumentar o ciclo de vida do produto e diminuir o seu impacto no meio ambiente.

3 possibilidades para as marcas se aproximarem de um modelo de produção mais circular:

  • Novos produtos a partir de materiais reciclados;
  • Upcycling: a técnica apresenta um novo propósito a materiais já existentes que seriam descartados;
  • Produtos de segunda mão (second-hand).

Eco-friendly: produtos com o objetivo de causar menor impacto na natureza e no mundo.

Baixo/Mínimo Desperdício: o conceito de zero ou mínimo desperdício na moda apresenta uma produção de pouco ou nenhum desperdício têxtil no ciclo produtivo. A técnica permite diferentes formas: criar um design que use 100% de determinado material ou utilizar essas sobras para fazer um outro produto, sempre com o objetivo principal de evitar o descarte e a produção de lixo.

Feito por mulheres: marcas que celebram e valorizam mulheres no mercado de trabalho. A moda como um caminho para o empoderamento feminino.

Artesanal: produtos artesanais e técnicas tradicionais, escolha cuidadosa dos materiais e uma forte conexão entre o criador e o produto final.

“O “feito à mão” não só traz uma conexão mais humana para a moda, mas também uma certa exclusividade para o consumidor, já que a produção dos artigos não é em massa.”

Responsabilidade Social: produtos e marcas que prezam pelo impacto social positivo na comunidade, valorizam seus colaboradores de forma igualitária e justa, além de respeitar a diversidade e praticar a inclusão em toda sua cadeia de produção.

Uso consciente de recursos naturais: por ser uma indústria que utiliza recursos naturais em grande escala, marcas que prezam pelo uso consciente de recursos em sua produção são de extrema importância. Isso compreende a forma que é feita a utilização da água, do solo e dos recursos florestais.

“Para caminharmos rumo a uma produção mais consciente, é interessante utilizar água de reuso ou pensar em formas de redução do uso da água e de energia, repensar a utilização de produtos químicos e claro, preservar as nossas florestas.”

Slow Fashion, atemporal e sob demanda: movimento na moda que valoriza os processos de produção do produto: quem o faz, a maneira como ele é feito, os materiais utilizados, aspectos culturais e o respeito ao tempo de confecção daquele produto. É sobre produzir de uma forma mais desacelerada, consciente e respeitosa com as pessoas e o planeta. Muitas marcas que adotam o movimento trabalham com uma produção sob demanda, evitando o desperdício e o excesso de estoque.

Produção ética e/ou local: a moda ética é aquela que tem como pilar principal a preocupação com as pessoas envolvidas na sua cadeia de produção – condições de trabalho dignas e justas, contribuir para a preservação de tradições culturais e priorizar uma produção local que valoriza a região e a sua comunidade.

Transparência e Comércio Justo: a transparência na moda é fundamental para o desenvolvimento sustentável do setor. Negócios transparentes promovem escolhas mais conscientes.

“É através do conhecimento que conseguimos exigir mais da indústria e iniciar uma discussão aspirando uma moda cada vez mais sustentável.”

Sustentabilidade, Curadoria, Comunidade, Transparência, Educação

A curadoria e análise da marca em 3 etapas:

  1. Análise da marca pelo framework e critérios – marcas devem preencher pelo menos 1 dos 20 critérios;
  2. Reunião com a marca;
  3. Envio de questionário para marca que permite questionar todo o processo produtivo e governança da marca, a fim de verificar sua eco responsabilidade.

“Queremos auxiliar as pessoas a tomarem decisões mais pensadas, e mostrar que é possível consumir de forma mais sustentável; O Coletivx nasce com o objetivo de fomentar o consumo consciente de moda e lifestyle. Queremos marcas que compartilhem conosco tais valores e que se importem com o futuro do nosso planeta, buscando minimizar seus impactos socioambientais e tentando ser suas melhores versões em toda sua cadeia produtiva.”

Marcas Coletivx
Laura Cangussu
PIU.BRAND
SÄL
Tropicalina

“Por vivência pessoal, sei o quão trabalhoso é encontrar marcas comprometidas com questões sociais e ambientais, sem deixar a curadoria de moda de lado. Por isso quis criar um único local em que as pessoas pudessem encontrar todas essas marcas e facilitar que consumam de uma forma mais consciente”, Sofia Oliveira, Coletivx.

Economia Circular

Vivemos uma transição, uma quebra de paradigmas onde a criatividade e a empatia são um imperativo.

Plataformas como a Coletivx abrem caminhos com novas maneiras de trabalhar e cuidar de seus colaboradores.

A abordagem circular estimula a inovação e dá significado aos negócios, dando impulso para o desenvolvimento de novos materiais e processos. Leia mais…

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“Fashinnovation ultrapassa fronteiras e amplia tópicos, incluindo objetivos de desenvolvimento sustentável, impacto social, diversidade e inclusão, empreendedorismo, conectividade e novas tecnologias, todos vistos através das lentes da inovação.”

A jornalista e head de conteúdo da plataforma Fashinnovation, Júlia Vilaça, apresenta o artigo “Mercado de segunda mão: futuro da indústria da moda ou tendência passageira?”

Mercado de segunda mão: futuro da indústria da moda ou tendência passageira?

O mercado de segunda mão tem crescido de forma evidente nos últimos anos. A prática de comprar peças já usadas tem se mostrado uma tendência não somente no Brasil, mas no mundo.

Entretanto, será que isso é uma tendência que veio para ficar ou será que em breve vamos ver, novamente, o esvaziamento das lojas de peças de segunda mão?

Para entender melhor esse fenômeno e sua crescente, é importante analisar os dados tangíveis e como o mercado vem se comportando frente a essa nova realidade.

Peças de Segunda Mão: o aquecimento de uma economia circular

De forma simplificada, a prática de vender e comprar peças que uma pessoa não mais utiliza e possibilitar com que outras ressignifiquem aqueles ítens contribui para o fomento de uma economia circular na sociedade.

Este conceito surgiu em 1989 em um artigo dos economistas e ambientalistas britânicos David W. Pearce e R. Kerry Turner. Na época, eles discutiram como a economia tradicional não levava a reciclagem em conta. Sendo assim, o meio ambiente acabava ficando em segundo plano sendo tratado exclusivamente como fonte de matérias primas e, posteriormente, como um simples reservatório de resíduos, ou seja, de depósito de lixo.

Portanto, em oposição à economia tradicional e linear, cujo lema era “extrair, produzir e descartar”, surgiu o conceito de economia circular, inspirado na lógica cíclica da natureza.

Por mais que o conceito de economia circular seja relativamente novo, o resale, ou em bom português, a venda de peças de segunda mão, não é uma prática nova. Muito pelo contrário. Esse tipo de atividade existe desde antes mesmo da invenção da moeda.

Nos famosos escambos, as pessoas trocavam produtos alimentícios e de necessidade básica entre si. Entretanto, as trocas não se limitavam por aí. Desfazer de uma peça ou material que não era mais necessário também era algo comum e bastante praticado. Afinal, por que manter uma peça parada se ela pode estar sendo utilizada nas mãos de outra pessoa? E, mais ainda, por que não ganhar um dinheiro com uma peça que está parada no armário?

O Forte Retorno do Mercado de Segunda Mão

A prática que já foi muito forte nos anos 1980 e 1990 voltou com tudo.

Em outubro do ano passado, a Vogue Brasil publicou uma notícia discutindo o aumento nas vendas das peças de segunda mão durante a pandemia. Segundo a reportagem, por mais que a economia circular já fosse uma realidade em ascensão antes de 2020, o período pandêmico fez com que essa prática se consolidasse. Hoje, quase um ano após a publicação da matéria, as estimativas têm se mostrado vigorosas.

Como afirma Jordana Guimarães, co-fundadora da Fashinnovation – plataforma global de moda e inovação –, “o resale é com certeza uma tendência que está aqui não só pra ficar, mas também que vai continuar a crescer. Isso é um jeito de ser mais sustentável sem ter que tocar em muitos aspectos da cadeia de produção”.

De acordo com o 2021 Resale Report, da ThredUp, há a estimativa de que o mercado alcance a marca dos US $64 bilhões nos próximos cinco anos – um crescimento de 500%.

A Geração Z é o grupo que mais vem praticando a compra e venda de produtos de segunda mão. E, se nos próximos anos cada vez mais jovens vão alcançar liberdade econômica e poder de aquisição, essa tendência se mostra realmente promissora.

A aliança entre Resale e Sustentabilidade

A compra e venda de peças de segunda mão se dá por uma série de motivos. A paixão por peças vintage e os preços mais baratos com certeza são fortes atrativos. Entretanto, há um ponto de suma importância e que precisa ser mencionado: a sustentabilidade por trás da prática.

A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. Ela é responsável por 8% da emissão de gás carbônico na atmosfera, ficando atrás apenas do setor petrolífero. O poliéster, uma das fibras mais utilizadas no mercado, é responsável pela emissão anual de 32 das 57 milhões de toneladas globais. E os dados não param por aí.

A quantidade de descarte gerado pelo setor é assustadora. O lixo têxtil contribui fortemente para a poluição dos rios, mares e pela superlotação dos aterros sanitários – que, por sua vez, acaba incinerando grande parte do material descartado, gerando, assim, mais poluição.

Na compra de uma peça de segunda mão há, na verdade, a ressignificação de peças e a possibilidade de circulação de produtos que, agora, podem ser mais aproveitados. Ou seja, nessa relação, não há a criação de novos produtos, ou seja, diminuição da emissão de gás carbônico e, obviamente, da criação de resíduos. Afinal, isso evita com que essas peças sejam descartadas.

É claro que a questão do resale é muito mais complexa. Precisa-se de peças de qualidade para fazer com que a compra e venda sejam viabilizadas. Entretanto, a preocupação com a eco-responsabilidade atua também nessa área uma vez que uma parte cada vez maior dos consumidores estão se mostrando comprometidos com a qualidade das peças e transparência das marcas.

A Tecnologia no Mercado de Segunda Mão

A variedade de aplicativos e sites que vendem peças de segunda mão hoje é vasta. É possível encontrar roupas, mas também acessórios e até peças decorativas em lojas digitais que reúnem diversas marcas em um único lugar. Em outras palavras, estamos falando de um marketplace de resale.

Entretanto, estão enganados aqueles que pensam que o mercado de segunda mão é movimentado exclusivamente pelos brechós. Hoje, existem muitas plataformas e ferramentas que permitem com que as próprias marcas revendam suas peças.

De grifes de luxo à etiquetas com preços mais acessíveis, aos poucos, os consumidores estão encontrando no próprio site dessas marcas um setor de peças já utilizadas. Aqueles que querem desapegar de um produto, podem entregá-lo à marca e ganhar desconto na próxima compra. Enquanto que os fiéis compradores de resale têm a possibilidade de adquirir os itens diretamente no site da marca.

Seja indo em um dos icônicos brechós paulistas ou fazendo compras em sites e aplicativos, o mercado de segunda mão tem se mostrado vigoroso e com cada vez mais adeptos. A junção da conscientização dos consumidores com a necessidade de mudança nas formas de produção e consumo atuais são grandes aliadas no fomento do resale. Portanto, seja na compra de uma Louis Vuitton dos anos 2000 ou de uma calça jeans vintage encontrada por R$ 25, esse mercado tem unido práticas eco-conscientes com preços mais acessíveis e provado que sua ascensão e sucesso vieram com força para ficar.

Por Júlia Vilaça, Jornalista e Head de Conteúdo da Fashinnovation

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Desde antes da pandemia, estudos de tendência e futurismo apontam para uma mudança de paradigma, e o futuro da moda não fica fora disso.

A maneira como vivemos e consumimos está em cheque: conhecer e entender processos de trabalho sustentáveis amplia nosso olhar criativo e mostra que é possível transformar por meio de ações concretas, utilizando ferramentas e processos de desenvolvimento de produtos e serviços que respeitem o meio ambiente.

Uma pesquisa da McKinsey & Company reafirma que marcas sustentáveis e os modelos de negócios circulares são o futuro da moda.

“A indústria da moda emite aproximadamente a mesma quantidade de gases de efeito estufa por ano que todas as economias da França, Alemanha e Reino Unido juntas. Em 2030, precisará cortar suas emissões pela metade – ou então ultrapassará o caminho de 1,5 grau para mitigar as mudanças climáticas, estabelecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e ratificado no acordo de Paris de 2015”, McKinsey & Company.

“A cadeia de valor da moda linear tradicional transita para um sistema circular”, Business of Fashion.

Vivemos uma transição, uma mudança e quebra de paradigmas. E agora? A pandemia potencializou ainda mais o que já estava em curso e criou novas demandas para os negócios de moda.

Criatividade e empatia são um imperativo, e as marcas brasileiras têm buscado novas maneiras de trabalhar e cuidar de seus colaboradores. A abordagem circular estimula a inovação e dá significado aos negócios, dando impulso para o desenvolvimento de novos materiais e processos.

O artigo “Uma indústria da moda mais circular exigirá um esforço coletivo”, publicado no The State of Fashion 2021, relatório da indústria de moda global, e co-publicado pelo BoF e McKinsey & Company, apresentou o comprometimento do consumidor e a circularidade como as chaves para um futuro mais sustentável.

“Marcas de luxo estão evoluindo, mais de 75% dos 50 principais players globais de luxo agora estão usando materiais ecológicos, enquanto 75% procuram reduzir embalagens, usar mais energia renovável e reduzir as emissões de carbono”, WGSN.

O que o consumidor quer?

O consumo e futuro conscientes expressam a responsabilidade social do consumidor. “Mais de três em cada cinco consumidores disseram que o impacto ambiental é um fator importante na tomada de decisões de compra”, McKinsey.

E uma maneira promissora para a moda reduzir seu impacto ambiental é ampliar os modelos de negócios circulares, estratégias para reduzir o desperdício e o uso mais eficiente dos recursos. “Quando se trata de proteger o meio ambiente, a indústria da moda sabe que ‘menos é mais’”, quanto menos impacto no planeta, mais benefícios serão gerados para os negócios, as pessoas e o ambiente.

“Apesar dos esforços de alguns participantes, até 12 por cento das fibras ainda são descartadas no chão de fábrica, 25 por cento das roupas permanecem não vendidas e menos de 1 por cento dos produtos são reciclados em novas roupas. Dadas essas métricas, a ação é um imperativo e uma inevitabilidade. Na verdade, a circularidade pode se tornar o maior disruptivo para a indústria da moda na próxima década”, BoF.

A prioridade deve ser definir estratégias circulares, enfrentar os desafios de escalabilidade e tomar medidas para dimensionar soluções.

O desafio do dimensionamento da circularidade é o efeito multiplicador de valor no sistema circular radicalmente diferente do sistema linear. “Em essência, uma única peça de roupa pode criar valor repetidamente – por meio da venda e revenda, aluguel repetido ou sendo vendida, reparada, devolvida, reformada ou reciclada e revendida novamente para reiniciar o ciclo”, afirma a plataforma Business of Fashion.

O dimensionamento da circularidade promove estratégias lideradas por um elenco diversificado de atores e baseadas em três capacidades fundamentais: abraçar o design sustentável- a circularidade começa na prancheta, tecidos e materiais que os designers usam em suas criações, “projetar para o desperdício zero requer inovação de materiais e produtos”; logística reversa crescente – para otimizar a retenção de valor; e apoiar a adoção do cliente – “para consumidores mais jovens nascidos na economia compartilhada, a adoção da circularidade é um passo natural. No entanto, os consumidores mais velhos podem exigir educação e incentivo.”

Em entrevista ao jornal O GLOBO, Oskar Metsavaht, o multiartista, diretor criativo da Osklen, do estúdio OM.art e fundador do Instituto-E (que desenvolve e implementa projetos socioambientais há mais de 20 anos) analisa:

“O que falta é a compreensão do conceito de Desenvolvimento Sustentável Social e Ambiental. A gente esquece que a relação do ser humano com a natureza foi o que levou à evolução civilizatória, com suas conquistas e consequências. Podemos utilizar os recursos naturais para o desenvolvimento econômico, desde que deixemos tudo igual ou melhor do que encontramos para futuras gerações. Minha dica é pensar ASAP, As Sustainable As Possible e As Soon As Possible (em português, ‘o mais sustentável possível’ e ‘o quanto antes’). Ser 100% sustentável de uma hora para a outra não é viável”, Oskar Metsavaht.

Fica claro que a circularidade não é o tipo de revolução que pode ser liderada por alguns, enquanto outros esperam para ver. O esforço deve ser coletivo e colaborativo. E que venham as mudanças.

Ana Khouri e o Projeto Ovo

“‘A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou em outro momento. Somos aqueles que esperávamos. Somos a mudança que precisamos buscar.’ Esta citação é de Barack Obama. Nós, do Projeto Ovo, adoramos esta citação, pois acreditamos ser da maior urgência nos tornarmos os criadores de nossas vidas e de uma nova realidade, ao invés de sermos vítimas dela.”

Em 2014, a associada Ana Khouri promoveu o Projeto Ovo, uma iniciativa sem fins lucrativos para arrecadar fundos para 80 ONGs brasileiras.

“O projeto OVO faz duas coisas ao mesmo tempo: dá uma nova vida às roupas e ajuda pessoas menos favorecidas por meio da doação de 100% do valor da venda.”

O projeto vende roupas e acessórios de segunda mão na plataforma online, e reverte 100% do valor para causas sociais e ambientais no Brasil.

“O ovo tem significado de renascimento e uma nova vida. Portanto, o nome do projeto. Olhamos para o todo como parte de nós mesmos. E assim, somos um.”

#economiacircular #projetoovo #anakhouri #modacircular #sistemacircular #circularidade

A Amazônia e a Moda

Em prol da proteção da Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos e maior reserva natural do planeta, marcas brasileiras desenvolvem ações que empoderam comunidades ribeirinhas, e usam matérias-primas ecológicas para renovar a flora e a fauna locais. O Brasil tem moda sustentável e com identidade.

Sim, somos poluidores. O mercado da moda tem grandes desafios pela frente. Não à toa, diversos movimentos e iniciativas se espalham pelo mundo. Para muitas marcas ainda não é possível ser 100% sustentável. São muitos os fatores para que toda a cadeia se reorganize, mas é imprescindível conhecer as ferramentas e olhar para as transformações que estão em curso. 

O futuro da indústria depende de um olhar mais apurado para reavaliar os objetivos, adaptar a gestão e buscar estratégias para atender não somente as demandas dos clientes, mas também rever os processos de trabalho e a cadeia como um todo. 

Amazônia Made in Brasil 

Ser sustentável não é opcional. Agora os consumidores querem transparência e a pandemia acelerou as tendências que estavam em curso antes da crise. 

“Nós temos conhecimento sobre os problemas e desafios do bioma, mas muito mais sobre as ferramentas que precisamos para vencê-los e quais os resultados que devemos atingir. Nosso trabalho tem se pautado na proposição de uma agenda positiva para o desenvolvimento sustentável do bioma. O Dia da Amazônia é um dia de celebração” ressalta Maria Cecília Wey de Brito, secretária geral do WWF-Brasil

Dia 05 de setembro foi a data escolhida para promover a conscientização da população sobre a necessidade de preservar a maior floresta tropical do mundo. 

Osklen, Vert, e os processos sustentáveis na Amazônia

Osklen 

A Osklen, marca brasileira comprometida com a sustentabilidade, encontrou um uso consciente para a pele do peixe Pirarucu de fazendas sustentáveis do estado de Rondônia, na Amazônia, antes descartada e poluente.

“O Pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta. Nativo da Amazônia, ele é peça importante do ecossistema que habita, além de ser fonte de renda para as comunidades ribeirinhas que vivem da pesca não predatória.”

O processo protege a espécie, equilibra a fonte de alimentos e economia da região, e contribui para a preservação da Floresta Amazônica. 

“Se comparado com a criação de gado, esse sistema emite muito menos gás carbônico e ajuda no reflorestamento da região. Criadores de Pirarucu atingem uma produtividade 40% maior do que criadores de gado, usando o mesmo pedaço de terra.”

Ações simultâneas nos unem na busca de soluções 

Em setembro de 2021 acontece o Hub-E e a Pre-COP Conference, onde Oskar Metsavaht, fundador da Osklen, apresenta workshops para inspirar, envolver e promover uma mudança de mentalidade sobre a sustentabilidade. 

O Hub-E representa os conceitos 6E’s do Instituto-E: terra, meio ambiente, energia, educação, capacitação e economia. Leia mais aqui.  

Vert 

A Vert, marca de calçados de design clean e urbano, apresenta fabricação e matérias-primas 100% brasileiras, sempre buscando um impacto positivo, social e ambiental.

Desde 2005, a marca utilizou cerca de 120 toneladas de algodão orgânico e 75 toneladas de borracha selvagem da Amazônia. Nesse período 160 pessoas encontraram uma oportunidade de emprego nas cooperativas e foram criados mais 30 empregos diretos ao redor do mundo.

“A VERT aposta no comércio justo como uma ferramenta essencial da economia verde.” 

Cada par de tênis vendido gera uma média de R$1,10 aos produtores de algodão do Semiárido Nordestino e R$1,00 aos seringueiros do Acre. Como incentivo, eles pagam mais R$2,50 por quilo de algodão que as associações usam para melhorar as condições de trabalho.

“Não acreditamos numa visão romântica da ecologia. O nosso caminho é a valorização econômica. Na VERT, isso passa por um trabalho social: os seringueiros e os produtores de algodão recebem um valor diferenciado por preservar as florestas e as terras”, explica François-Ghislain Morillion, co-fundador da marca.

A Vert desenvolve a sola de borracha nativa da Amazônia, da cooperativa Chico Mendes, que em parceria com o WWF e o Governo do Acre é responsável pela geração de renda de 90 famílias de seringueiros que extraem a matéria-prima do coração da Floresta. 

O processo apresenta a tecnologia FDL (Folha Defumada Líquida), desenvolvida na Universidade de Brasília pelo professor Floriano Pastore, que transforma o látex em folhas de borracha semi-acabadas, sem nenhuma fase industrial intermediária, com maior valor de revenda.

“Para as solas dos nossos tênis, compramos a borracha diretamente de três associações de seringueiros na Amazônia, pagando um preço diferenciado pelo látex. Esse preço justo valoriza o trabalho do seringueiro, e assim ajuda na luta contra o desmatamento.”

Matérias-primas Veganas

A transparência é um compromisso da marca e é possível encontrar informações sobre toda sua cadeia de produção e gestão, inclusive as etapas em que eles ainda não conseguiram uma solução 100% sustentável na produção. 

“Nossa camurça sintética é feita no Brasil, em uma fábrica que monitora seu uso em água e produtos químicos. Apesar disso, a camurça sintética continua à base de petróleo e o nosso objetivo é encontrar alternativas 100% biológicas.”

No site da marca, eles explicam os materiais e ainda apresentam os obstáculos e dificuldades encontradas: “C.W.L é um material alternativo ao couro que usamos desde janeiro de 2019 no modelo Camp. É de origem biológica e composto de milho. Hoje, é difícil rastrear o setor produtivo do milho, onde a larga escala acaba dificultando a transparência da indústria de bio-plásticos. Procuramos soluções para acompanhar toda cadeia de resíduos da agricultura orgânica.”

É importante destacar também que a Vert Shoes (Veja Shoes fora do Brasil), é uma empresa em processo de certificação pelo BCorp. O Selo B é uma certificação que avalia o impacto global das empresas, “Uma comunidade global de líderes que usam os seus negócios para a construção de um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e para o planeta.” (Leia mais sobre o Selo B) Sim, somos poluidores. Mas a transformação está em curso, e a indústria da moda não vai ficar para trás. 

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